Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A China vai aguardar as decisões do governo brasileiro sobre a adoção de salvaguardas contra a importação de produtos chineses. Na próxima quinta-feira (2), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior realiza a primeira reunião formal para referendar o processo de salvaguardas, conforme decisão anunciada pelo governo. O cônsul Comercial, Zhang Jisan, do Consulado da China em São Paulo, defendeu o diálogo e a negociação entre governo e empresários dos dois países.
"Tem um provérbio que em Chinês diz o seguinte: o carro na beira da montanha certamente vai abrir novos caminhos. Se ele chegar à frente de uma situação difícil, com certeza ele vai ter outras soluções pela frente. Em outras palavras, a China vai ter estratégias para enfrentar essas novas situações. Com certeza será mantido esse bom relacionamento entre Brasil e a China para que não aconteça nenhuma coisa desagradável".
Dois decretos deverão regulamentar salvaguardas à importação de produtos chineses. Um deles trata especificamente de produtos têxteis e de confecções, que são os setores mais atingidos, e que deverá valer até 2008. O outro abrange produtos em geral, conforme resguarda o acordo para a aceitação da China na Organização Mundial do Comércio (OMC). O prazo dessa medida se estende até 2013. Em ambos os casos, é preciso que os setores que se sintam prejudicados encaminhem petição ao Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento
O cônsul afirmou que o governo chinês não irá tomar nenhuma atitude que prejudique o crescimento do comércio bilateral e destacou que a balança comercial é favorável ao Brasil. Dados da Secretária de Comércio Exterior revelam que, no ano passado, o saldo da balança comercial ficou em US$ 1,730 bilhão favorável ao Brasil, apesar das importações chinesas terem crescido 72,7%, enquanto as exportações brasileiras cresceram 20% no período.
O cônsul Zhang Jisan participou em São Paulo do 2º Ano do Fórum Brasil-China de Negócios. O Fórum promovido pela Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) tem como proposta analisar setores produtivos com mais possibilidades de ampliação de trocas comerciais e de investimentos entre os dois países.