AGU doa sete toneladas de papel a catadores de lixo do Distrito Federal

31/05/2005 - 14h49

Danielle Gurgel
Da Agência Brasil

Brasília - A Advocacia Geral da União (AGU) doou hoje sete toneladas de papel de seus arquivos ao Movimento dos Catadores de Lixo do Distrito Federal. O objetivo é gerar trabalho e renda para cerca de 300 famílias de três cooperativas e duas associações que integram o Fórum do Lixo e Cidadania do DF. A doação foi feita em apoio ao conjunto de ações do Fome Zero, programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O material, formado por cópias de documentos da AGU, será vendido pelas associações a uma empresa especializada.

De acordo com a assessora técnica do MDS Luciene dos Santos Vélez, o Fórum Lixo e Cidadania do DF escolheu para receber a doação as associações e cooperativas que estão em maior dificuldade econômica. O fórum é formado também por entidades como o Movimento dos Meninos e Meninas de Rua do DF, a Universidade de Brasília (UnB) e a Cáritas do Brasil.

Para o secretário-executivo do Movimento dos Catadores do DF, Assis Linhares, além do
benefício financeiro, a iniciativa da AGU proporciona uma contribuição social. "A iniciativa pode contribuir para a formalização de algumas cooperativas e associações que, apesar de organizadas, ainda não são vistas como empresas de fato", disse ele.

O Movimento de Catadores do DF conta atualmente com seis cooperativas e sete associações, e agrupa 2.000 famílias de catadores das 8.000 que existem no Distrito Federal. Cada tonelada de lixo é vendida por R$ 200, em média. Por mês, cada cooperativa ou associação arrecada entre 80 e 100 toneladas, o que representa um salário mínimo por família de catadores.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome coordena o Comitê Interministerial da Inclusão Social dos Catadores, que discute um projeto de coleta seletiva em todos os ministérios. Segundo Luciene Vélez, o objetivo do projeto será doar às cooperativas de catadores todo o papel recolhido nos ministérios, já que o material usado pelos servidores é o mais valorizado pelas empresas de reciclagem. "É uma forma de colocar os catadores no mercado de trabalho e colaborar com a inclusão social", afirmou Luciene.