Problema de articulação política do governo não será resolvido com mudança no ministério, diz Aldo

11/05/2005 - 17h13

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, disse hoje (11) que os problemas de articulação que o governo federal enfrenta no Congresso Nacional não seriam solucionados com a sua saída do ministério. Rebelo afirmou que vai manter o diálogo com os parlamentares e outras atividades "enquanto ocupar a função".

Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem vai dar a palavra final sobre a sua permanência no cargo. "Essa decisão cabe ao presidente. Enquanto o presidente achar que eu tenho papel a cumprir, eu defenderei a minha função como um soldado defende a sua cidadela".

O ministro disse ser "legítima" a vontade do PT de assumir a coordenação política do governo, mas avalia que o partido terá que ceder espaço aos demais aliados para garantir a base unida no Congresso. "Se o PT julga que precisa de mais um ministério, que os 19 que ocupa não são suficientes, o PT tem direito – afinal, é o maior partido na Câmara e o segundo maior no Senado. Mas não é um ministério para o PT que vai resolver o problema político da base aliada do governo. Ao contrário, o PT precisa ceder espaço para os aliados".

Aldo Rebelo também comentou as declarações do ministro Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, que defendeu a transferência da coordenação política do governo para o PT. "A colocação do ministro é legítima. Alguém pode dizer que é um comentário exótico um ministro comentando sobre a função do outro. Mas de qualquer jeito eu respeito e vejo legitimidade por ele ser um dirigente do PT".

O ministro se encontrou no Senado Federal com o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) para discutir a votação da reforma tributária – que está na pauta da Câmara, mas depois seguirá para votação pelos senadores.