Lucas Parente
Da Agência Brasil
Brasília - Mais de duzentos trabalhadores foram encontrados em condições semelhantes às de escravidão hoje (11) nos estados do Pará e Tocantins pela fiscalização do ministério da Trabalho e Emprego. Entre os trabalhadores libertados havia oito adolescentes e seis mulheres.
De acordo com coordenador do Grupo de Fiscalização Móvel do Ministério, Humberto Célio, "a alimentação era vendida aos trabalhadores pelo dono da fazenda e descontado no salário no final de cada mês". Os equipamentos de trabalho também eram cobrados. Segundo Célio, na maioria das vezes esses produtos eram vendidos com o preço acima do mercado aos trabalhadores, que dificilmente conseguiam pagar a dívida.
Todos os trabalhadores receberão indenizações trabalhistas e depois serão encaminhados à cidade de origem e receberão o seguro-desemprego. "Já os proprietários responderão a um inquérito criminal por manter trabalhadores em regime de escravidão e, se condenados, poderão pegar de dois a oito anos de prisão", disse o coordenador.
Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado hoje, afirmou que no Brasil existem cerca de 25 mil pessoas em regime de escravidão.