Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "Sem nos conhecermos mutuamente, seremos incapazes de estreitar a cooperação bi-regional", disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, durante a apresentação do relatório final do Seminário Empresarial, que aconteceu paralelamente às reuniões da Cúpula América do Sul – Países Árabes. Furlan enumerou as conclusões dos cinco painéis que ocorreram durante o evento e tratou da importância do encontro para a aproximação entre os dois blocos.
"Esta Cúpula proporciona que os seus integrantes se vejam olho no olho, numa conversa direta, construindo condições para levarem adiante este diálogo e colherem os frutos em um futuro próximo", resumiu.
Entre as conclusões a que chegaram empresários sul-americanos e árabes, está a consciência de que "é possível avançar na integração econômica e comercial entre as regiões, com a possibilidade de estabelecer acordos de livre comércio, como o assinado nesta terça-feira (10), entre o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo".
Segundo o ministro, os expositores observaram os números referentes aos fluxos de comércio entre os dois blocos e concluíram que, embora crescentes, "representam uma porcentagem ainda muito pequena em relação ao total do comércio". "Um pouco mais de 1% do que os países árabes compram vêm da região da América do Sul", afirmou.
Além das pautas de importação e exportação, outras oportunidades poderiam ser ampliadas, por meio de projetos comuns de investimento nas regiões. Segundo Furlan, a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) possui um projeto piloto de um armazém de distribuição de produtos localizado em Dubai, um dos sete principados dos Emirados Árabes Unidos.
Entre as oportunidades de investimentos, os setores que sobressaíram foram os da construção, engenharia, químicos, fertilizantes, alimentos, tecnologia da informação e energia. Furlan falou ainda sobre o fortalecimento do turismo e sobre os obstáculos jurídicos às parcerias. "Diferentemente do que se acreditava, os nossos sistemas em geral são bastante convergentes e requerem apenas alguns ajustes e algum esforço de harmonização que pode ser levado a efeito pelos governos com a cooperação do setor privado", destacou o ministro.
Mais de 1.200 empresários participaram do evento, que começou na última segunda-feira (9).