Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Agência de Informação Frei Tito para América Latina e Caribe (Adital) recebe hoje (11) o prêmio Dom Helder Câmara de Imprensa 2005, na categoria Grande Mídia, conferido pela Conferência Nacional dos Bispos (CNBB). O prêmio será entregue na sede da Rede Viva de Televisão, em Brasília.
A Edital foi premiada pela prática da cidadania no jornalismo durante a cobertura do Fórum Social Brasileiro, realizado de 6 a 9 de novembro de 2003, em Belo horizonte (MG). De acordo com a Agência, o trabalho é enfatizado nos atores sociais dos países da América Latina, como organizações não-governamentais e movimentos sociais. A produção é destinada a jornalistas da mídia mundial.
A agência funciona em Fortaleza, uma escolha estratégica para fugir do eixo "Rio-São-Paulo-Brasília-Belo Horizonte" que centraliza as notícias, segundo explica o diretor Ermanno Allegri. Allegri diz que uma cidade fora do eixo também é capaz de produzir boas notícias, já que, por trabalhar com movimentos sociais, o veículo faz desses grupos suas fontes. Entre eles estão mulheres, jovens, indígenas, homossexuais, negros, trabalhadores rurais, operários e todos que, de uma forma ou de outra, reuniram-se para lutar por seus direitos e promoverem mudanças na sociedade. "Eles foram procurados pela Adital como fontes da informação, para que junto a eles tivéssemos repórteres que fornecessem informações diárias do que acontece na América Latina".
No dia 1º de março, a Adital já havia recebido o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) pelo seu trabalho. Na ocasião, foi eleita como uma das 20 melhores iniciativas de comunicação da região.
O nome da agência foi escolhido em homenagem a Frei Tito de Alencar Lima - morto em 1974, vítima da ditadura militar -, e a "todas as pessoas que lutam na defesa da vida e na construção da cidadania na América Latina e Caribe", diz documento da Adital.
As notícias que chegam à Adital são enviadas para 15 mil pessoas, entre elas, 1.200 jornalistas, que também podem difundir essas informações para o público.
Já o nome do prêmio homenageia o arcebispo brasileiro fundador da CNBB, Dom Helder, que defendia o engajamento da igreja no enfrentamento dos problemas sociais.