Adequação do ensino superior a necessidades dos idosos é tema de seminário

11/05/2005 - 21h47

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília - A Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação realiza até amanhã (12) seminário sobre Educação Superior e Envelhecimento Populacional, que trata de políticas para a formação de profissionais aptos a atender as necessidades dos idosos. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2020 o número de idosos no Brasil deverá chegar a 27 milhões e em 2025 o país já será o sexto país do mundo em população acima de 60 anos.

A coordenadora do seminário, Márcia Rozenthal, explica que a intenção da Secretaria é mudar o currículo dos cursos de ensino superior, para que se tenha um maior número de matérias em que o aluno aprenda a adequar seu trabalho às necessidades dos idosos. "Buscamos a formação de profissionais sensíveis a esse fenômeno do envelhecimento populacional e esperamos traçar diretrizes para que isso seja discutido dentro de cada instituição de ensino superior no Brasil", disse.

Segundo Adair Rocha, assessor especial do ministro da Cultura, Gilberto Gil, é importante pensar na cultura popular adquirida pelos idosos ao longo da vida. "É preciso valorizar a sabedoria que é acumulada e de que forma essa sabedoria vai ser apropriada pelos que estão nascendo e crescendo. Vamos pegar as diferentes formas de expressão da identidade brasileira e que podem estar morrendo", lembrou. A forma como os idosos são tratados, acrescentou, é a principal preocupação do Ministério da Cultura.

Para Maria Isabel Coelho Alves Parahyba, da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, a desigualdade é o principal foco para resolver o problema da inserção dos idosos na sociedade. "Eles hoje somam cerca de 10% da população, alguns com alta renda e acesso à educação e outros em situação precária, em termos socioeconômicos", alertou.