Fiesp destaca ''sensibilidade'' do presidente para controle da inflação

29/04/2005 - 20h48

São Paulo, 29/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em comunicado divulgado no final da tarde desta sexta-feira, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) comenta declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua coletiva de imprensa, sobre a política de elevação de juros para conter a inflação.

Com o título "Contradições em atas do Copom referendam autocrítica do presidente Lula quanto aos juros", o comunicado da Fiesp compara trechos que considera contraditórios nas atas do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de setembro de 2004 e abril de 2005.
"Segundo o presidente da Fiesp (Paulo Skaf), o chefe da Nação demonstrou sensibilidade ao diagnosticar a possibilidade de controlar a inflação com outras ferramentas mais eficientes, embora não as tenha citado em sua coletiva à imprensa", informa a Fiesp.

E reproduz o comentário de Skaf: "Esta situação também evidencia a importância de o governo auscultar a sociedade. A Fiesp, por exemplo, com base em estudos de seus distintos departamentos, tem sugerido a redução das despesas de custeio do governo federal e maior estímulo à produção, com juros menores para financiamento e consumo, revisão do sistema tributário e adequação do câmbio. São medidas ousadas, mas eficientes, para conciliar crescimento econômico e inflação baixa".

O comunicado indica como contraditórias as análises feitas pelo Copom sobre o índice de capacidade instalada da indústria, nas atas de 2004 e na mais recente, para a decisão de aumentar a taxa de juros básica da economia, a Selic. De acordo com o texto, baseado em análise do Departamento de Economia da Fiesp, "parece que quando se quer aumentar a taxa de juros, o índice de utilização da capacidade instalada da indústria de 82,8% (setembro de 2004) é considerada alto; quando se percebe que a inflação não cede à taxa de juros, pois se deve aos preços monitorados pelo próprio governo, conclui-se que 81,9% (abril de 2005) são condizentes com as condições de oferta e não implicam ameaças inflacionárias".