Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Paraná que seguem hoje para Goiânia para participar da Marcha Nacional pela Reforma Agrária estão reunidos, neste momento, em Londrina, norte do estado. Segundo o coordenador do MST no Paraná, José Damasceno, a pauta de hoje prevê audiências com autoridades do município e da Igreja de Londrina, passeatas pelo centro da cidade e um ato ecumênico às 17 horas, na Praça da Prefeitura. Às 21 horas, a delegação paranaense segue em 20 ônibus para a capital de Goiás.
Damasceno descartou a possibilidade de qualquer ato de ocupação de praças de pedágio, como aconteceu ontem em várias regiões do estado. Ele disse que, nas nove praças em que passaram, os integrantes do movimento agiram pacificamente, recebendo apoio da população. Alguns motoristas fizeram doações ao MST, como forma de apoio, mas a orientação é não aceitar, para não gerar denúncias de que o movimento "invade praças e cobra o pedágio-contribuição". José Damasceno disse que não houve depredação durante as ocupações. O que aconteceu foram pequenos incidentes, típicos de situações onde há muitas pessoas envolvidas, explicou.
O diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, entretanto, disse que, além de cancelas quebradas, inutilização de câmaras de vídeo e cobrança do pedágio-contribuição, houve um fato mais grave: "Na praça de Mauá da Serra, na BR-376, região central, o cofre com todo o dinheiro arrecadado durante a noite desapareceu durante a manifestação".
Chiminazzo lamentou o fato de a Polícia Militar ter acompanhado tudo a distância, alegando respeito ao MST, porque, segundo ele, as praças de pedágio são patrimônio público, e será a população do Paraná que arcará com os prejuízos que são contabilizados e entram no
"reequilíbrio financeiro dos contratos", um tipo de despesa já prevista e embutida nos contratos de prestação de serviços.
Os prejuízos de ontem ainda não foram contabilizados pela Associação Brasileira de Concessionárias Rodovias (ABCR).
O governo do Paraná, segundo sua assessoria, está atento a qualquer excesso que possa ser cometido nessas manifestações. Desde ontem, quando ocorreram as primeiras ocupações nas praças de pedágio, a orientação repassada à polícia do estado foi para que as desocupações ocorressem em clima de ordem e tranqüilidade.