Produtores de arroz reivindicam cotas para entrada do produto uruguaio no Brasil

28/04/2005 - 18h52

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Comissão de Arroz da Federação dos Agricultores do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong, afirmou hoje (28) que os produtores pedem o estabelecimento de cotas para a entrada de produtos uruguaios e argentinos. "Não somos contrários à total importação (de arroz), mas achamos que têm que haver cotas e salvaguardas, da mesma forma que existe esse processo na Argentina."

As entidades (Farsul e Federarroz) continuam negociando com as lideranças estaduais e federais para chegarem a um acordo a respeito do bloqueio ao arroz uruguaio causado pelos produtores do Rio Grande do Sul. Segundo Schardong, a intenção é que sejam colocadas balanças nas fronteiras e que os exames sanitários sejam mais intensos. O presidente da comissão alega que os produtores brasileiros estavam trabalhando com um produto a R$ 23, ou seja, R$ 7 a menos que o custo de produção, e que com a entrada do arroz do Mercosul no Brasil esse preço caiu ainda mais, chegando a R$ 21.

De acordo com Schardong, houve uma reunião entre o ministério da Agricultura e a Receita Federal, onde o governo comprometeu-se a regularizar a situação em uma semana. "Já se passaram quase 20 dias e nada foi feito. Em plena colheita estamos sofrendo essa concorrência, vindo de um país onde o custo de produção é 30% inferior ao nosso e onde as condições tributárias são bem mais favoráveis."

Em comunicado divulgado hoje à imprensa, a Embaixada do Brasil no Uruguai esclareceu que o arroz uruguaio é fundamental para o abastecimento do mercado interno brasileiro, sendo o principal provedor para o país. De acordo com a nota, o Brasil importou 160.818,2 toneladas de arroz no primeiro trimestre, representando 48,16% do volume total de arroz importado. Segundo Francisco Schardong, o Brasil hoje é auto-suficiente em arroz, não sendo necessário importar arroz de fora. "Cerca de 60% da lavoura foi colhida, uma lavoura de um milhão de hectares que precisa ser comercializada".

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