Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Até 2020, os países membros das Nações Unidas (ONU) devem reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso a água potável e proporcionar moradia digna para pelo menos 100 milhões de habitantes. Tratam-se de duas metas estabelecidas pelo projeto Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Para cumpri-las, os países em desenvolvimento vão contar com um reforço no apoio da ONU.

"Nos próximos meses, vamos trabalhar de forma mais intensa e próxima em busca de alternativas de financiamento realistas para habitação e saneamento. Alternativas que não comprometam a estabilidade macroeconômica de cada país", afirma o diretor do Projeto do Milênio, o economista Jeffrey Sachs.

Assessor do secretário-geral do ONU, Kofi Annan, Sachs participou nesta quinta-feira (28) de uma reunião com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, e a ministra da Habitação da África do Sul, Lindwe Sisulu. No encontro, discutiram a necessidade de nações em desenvolvimento intensificarem a troca de experiências sobre políticas de habitação e saneamento.

Em setembro, a ONU realizará uma cúpula para verificar se os países membros estão no caminho certo para cumprir as metas do milênio. Para avançar no campo da habitação, os governos querem a retirada dos investimentos no setor da conta dos gastos, utilizada por instituições financeiras internacionais para avaliar a saúde financeira dos países.

"Da forma como está hoje, os países são obrigados a restringir os recursos para habitação e saneamento mesmo tendo a frente um rápido processo de urbanização da pobreza", explica a secretária-executiva do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato.

Na reunião com Sachs, Brasil e África do Sul defenderam a realização de um seminário com países em desenvolvimento antes da cúpula da ONU. Também participariam deste seminário agências de cooperação e bancos internacionais. A intenção é levar para a cúpula propostas para agilizar o cumprimento das metas de milênio no setor de habitação.

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