Karina Cardoso
Da Agência Brasil
Brasília – Chega ao fim a manifestação das mais de 300 esposas de militares que estavam acampadas na Esplanada dos Ministérios desde a última terça-feira (28). A decisão foi tomada hoje (28) depois de o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, ter afirmado que vai lutar pela causa do reajuste de 23% no salário dos militares.
Alencar e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirão, na próxima semana, para conversar sobre o assunto. O ministro disse, no entanto, que não depende dele a recuperação das perdas. Ele afirmou que há um problema orçamentário e que, por esse motivo, não pode garantir se o reajuste será dado ou não.
Para o deputado Jair Bolsonaro (PFL/RJ), dizer que falta dinheiro não é uma justificativa plausível. Ele lembrou que o reajuste de 10% dado em setembro do ano passado não estava previsto no orçamento do governo, mas que foi concedido pela pressão das mulheres. Disse, ainda, que os militares não devem se calar.
"As forças armadas são um patrimônio do país. Ser patriota não é aceitar calado tudo o que o governo quer impor. As autoridades não podem ficar se prevalecendo da disciplina do militar para humilha-los ou subjugá-los, e é o que está acontecendo". O deputado disse ainda que o reajuste nada mais é que investimento na segurança e na democracia do país.
A presidente da Associação de Pensionistas e Esposos dos Militares das Forças Armadas (Apemfa), Éster Araújo, afirmou que o ministro é a "última esperança", e que está confiante nas futuras negociações. A manifestante garantiu, todavia, estar descontente com o posicionamento do presidente Lula. "Peço a ele que respeite a família militar do Brasil, e que nos respeite como mulheres, como esposas, como donas de casa, como mães de família".
As manifestantes já entregaram um documento aos assessores da presidência da República com o pedido de que o presidente as recebam para uma audiência. Elas desejam que Lula se pronuncie e dê alguma explicação sobre a questão do reajuste.
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