Serpro assina contrato para uso de tecnologia Java

07/04/2005 - 22h10

Brasília, 7/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil assinou contrato nesta quinta-feira com o Java Community Process (JCP) visando a disseminação do software livre no sistema de informática do Governo. A entidade conta com a participação de 900 organismos em todo o mundo e define os padrões para o uso da tecnologia Java. O contrato torna o Brasil membro efetivo do grupo, com possibilidade de influenciar na decisão de formalização de programas dentro da linguagem Java, o que garante compatibilidade no processo de comunicação por computadores.

O documento foi firmado pelo diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Sérgio Rosa, com o presidente do JCP, Onno Kluyt, durante o "Café Brasil" que se realiza no hotel Blue Tree Park, patrocinado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e o grupo SouJava.

A vantagem do sistema Java, segundo Sérgio Rosa, é permitir o desenvolvimento de programas acessíveis tanto a pequenos computadores quanto aos de grande porte. E poderá ser usado inclusive no controle de freqüência da rede pública de ensino. Rosa lembrou que desde o ano passado a Receita Federal usa essa tecnologia no Imposto de Renda, e que "as declarações estão sendo feitas com muito mais facilidade que em qualquer época". Antes, acrescentou, era preciso pagar pelo uso de outros softwares.

O Java também vem sendo utilizado no Siscomex (Ssistema de Comércio Exterior), que de acordo com o diretor do Serpro poderá vir a ser o sistema padronizado para troca de informações entre os países do continente sul-americano. Até o próximo ano, previu Rosa, o Serpro deverá dobrar o número de especialistas que trabalham com o Java.

"Trata-se de uma ferramenta utilizada pelos programadores para construir programas e a migração para o software livre", explicou Rosa, para quem "o governo está dando mais um passo para a prestação de serviços à sociedade". Ele acrescentou: "Não queremos pagar royalties por aquilo que sabemos fazer."

A adesão do Serpro à JCP deverá envolver o custo de assinatura, da ordem de US$ 2 mil ao ano. O Serpro, segundo o diretor, "não paga royalties por seus aplicativos, pois desenvolveu todos eles, mas paga para sistemas operacionais, bancos de dados ou por linguagens de maniupulação". A tendência, no entanto, explicou, é mudar as plataformas com tecnologia própria: "Já estamos em processo avançado para isso."

Sessenta por cento das estações de trabalho do Serpro já funcionam com software livre. A partir de segunda-feira (11), o órgão terá um emissário em contato permanente com a comunidade mundial do Java.