Douglas Correa
Repórter da Agência Brasil
Rio - Os seis policiais militares já presos, suspeitos de participação na chacina de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, foram transferidos por questões de segurança para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica, subúrbio da cidade.
Nesta quarta-feira, integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado visitaram o quartel do 15º Batalhão da Polícia Militar, em Duque de Caxias e o 24º BPM, em Queimados, onde conversaram com os comandantes das duas unidades e os policiais detidos, acusados de participação na chacina ocorrida na sexta-feira (1º).
O presidente da comissão, deputado Geraldo Moreira (PSB) disse que "se a investigação se basear só nestes fatos que apuramos, ela estará longe de ser concluída". Uma das falhas constatadas pela comissão foi A prisão do soldado Maurício Montesano, do batalhão de Queimados. O policial contou que estava de serviço no quartel no momento dos crimes. Quando recebeu a notícia de que a chacina tinha ocorrido, ele estava precisamente na sala do comandante do batalhão – versão confirmada pelo tenente-coronel Hippert.
Segundo Montesano, sua prisão foi decretada por ele ter sido visto por testemunhas nos locais dos crimes. "Fui ao local após os crimes, porque recebi ordens para averiguar o fato. Mesmo estando aqui no batalhão, fui preso por força de um mandado judicial, onde constava o nome de Montesuma", relatou.
Já o cabo José Augusto Moreira Felipe, lotado na mesma unidade, afirmou que seu reconhecimento foi induzido por policiais que estavam na sala ao lado das testemunhas. Em sua defesa ele disse que "as testemunhas primeiro apontaram para outra pessoa, porém uma voz pedia que elas se concentrassem nas pessoas de camisa preta, que éramos nós. Com isso, a testemunha afirmou que eu pareço com o retrato falado divulgado".
Nesta quinta-feira, o chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, comparecerá às 17h30 à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, para prestar esclarecimentos sobre o andamento das investigações da chacina. A decisão sobre a audiência foi tomada após reunião entre o deputado Geraldo Moreira e o secretário estadual de Segurança Pública, Marcelo Itagiba.