Ana Paula Marra e Nelson Motta
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia participaram hoje, no avião presidencial, de culto ecumênico com religiosos que integram a comitiva brasileira na viagem ao Vaticano. Lula e seus convidados estão a caminho do Vaticano onde acompanham amanhã (8), a partir das 10 horas (5 horas, em Brasília), o enterro do papa João Paulo II. O corpo do pontífice vai ser sepultado na basílica de São Pedro. A previsão de chegada no aeroporto Ciampino, em Roma, é à meia-noite de hoje.

O ato religioso, que durou 20 minutos, e foi realizado na cabine presidencial, por volta das 11 horas, depois de uma escala em Recife, quando o avião sobrevoava a área próxima da ilha Fernando de Noronha.

O culto foi aberto pelo arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, que ressaltou o caráter "inédito" da comitiva ali reunida. Segundo Dom João Braz, "o culto se destinava a propiciar um momento de oração comum, em intenção do papa, e também uma unidade de entendimento das pessoas de credos diferentes".

Em seguida, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Sherer, e o pastor evangélico, Rolf Schunemann, se pronunciarem, alternadamente, sobre o Salmo 120 da Bíblia, que fala sobre a proteção aos viajantes. Depois das palavras, todos os participantes rezaram a oração do Pai Nosso.

Antes de terminar o ato ecumênico, o xeque Armando Russen Saleh, da Federação Islâmica do Brasil, fez, primeiro em português e depois em árabe, uma súplica por ajuda, proteção e iluminação do criador para o país e seus governantes.

Por fim, o rabino Henry Sobel, líder da Comunidade Judaica de São Paulo, destacou o caráter "amplificador e congregador" do pontificado de João Paulo II. Para ele, João Paulo foi um "homem de coração enorme, no qual cabiam todos os filhos de Deus". O rabino disse que o papa soube, "como ninguém, aproximar todos os povos de todos os credos".

Também participaram do culto os presidentes da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); os ex-presidentes da República José Sarney e Fernando Henrique Cardoso; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim; o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP); e o padre José Ernanni Pinheiro.

As informações são da Assessoria de Imprensa da Presidência da República.