Bianca Estrella
Da Agência Brasil
Brasília - Auditoria realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) apurou a real extensão das falhas levantadas pela chamada "Operação Vampiro", realizada pela Polícia Federal em 2004. Entre os principais problemas, a CGU destaca superfaturamento nas compras de hemoderivados e favorecimento de um grupo específico de fornecedores. A ação, feita a pedido do ministro da Saúde, Humberto Costa, também comprovou a aquisição de medicamentos em quantidades superiores às definidas pela área técnica, o que resultou em prejuízos para os cofres públicos.
Os auditores recomendam que o ministério exija da empresa Roche a substituição das mais de seis milhões de cápsulas de Saquivanir que foram entregues com prazo de validade menor que o estabelecido por contrato. Outros pedidos são a rescisão de contrato com a empresa Novo Nordisk Produção Farmacêutica do Brasil para a compra de insulina humana e a apuração das responsabilidades pela aquisição do produto com preço superfaturado em mais de 80%.
Os objetivos da ação da CGU são responsabilizar os envolvidos em irregularidades no processo de compra de medicamentos hemoderivados pelo Ministério da Saúde e impedir que novos casos se repitam. Segundo as recomendações do relatório, o Ministério da Saúde deve corrijir seus processos de programação, licitação e aquisição de medicamentos.
O relatório está sendo encaminhado aos ministérios da Saúde e da Justiça, ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à Secretaria de Direito Econômico, ao Tribunal de Contas da União, à Advocacia-Geral da União e à Receita Federal. De acordo com a assessoria da CGU, nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Humberto Costa e o corregedor Geral da União, ministro Valdir Pires, estarão reunidos para dar mais detalhes sobre a conclusão da auditoria.
AD