Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) reduziu em 20% sua projeção inicial de vendas de máquinas agrícolas no mercado interno este ano, de 34 mil unidades para 30 mil. A projeção anterior já sinalizava uma queda de 10%. No primeiro trimestre deste ano, as vendas caíram 27,8% sobre o resultado acumulado no mesmo período em 2004, um recuo justificado como efeito da quebra de safra no Sul do país, desvalorização do dólar e variação de produtos agrícolas no mercado internacional como a soja e o milho, por exemplo.

Apesar dessa projeção, o vice-presidente da Anfavea, Pérsio Luiz Pastre, acredita na possibilidade de uma mudança no cenário. Ela dependerá do modo como os agricultores poderão renegociar as dívidas e dos resultados da safra 2005/2006. "Já na semana passada houve uma decisão excelente, por meio do Finame agrícola especial, que permitiu a prorrogação de pagamentos dos agricultores atingidos pela seca", lembrou Pastre. Ele diz que há a possibilidade do anúncio de uma linha de crédito também para investimentos relativos a máquinas agrícolas, ainda neste mês ou começo de maio, o que poderá impulsionar a venda de tratores.

Na opinião de Pastre, a projeção de venda de 30 mil unidades, "embora baixa, é o menor patamar desde 2000 e é prevista com base no melhor quadro possível". No primeiro trimestre, apesar da queda verificada no mercado interno, "houve um crescimento extraordinário nas exportações, que foram recordes, com US$ 490 milhões, US$ 40 milhões a mais do que exportamos no ano inteiro de 1999. Então, é um resultado fantástico que está dando sustentabilidade à produção", diz.