Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A perda de otimismo identificada pela 16ª Sondagem de Expectativas do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas não quer dizer que o país está entrando em um período de recessão econômica, afirma o professor Fernando Holanda, da Escola de Pós-Graduação de Economia da FGV. "Nós não devemos tomar esse tipo de expectativa como se fosse uma expectativa de recessão mas, simplesmente, de um ajuste dinâmico da economia para uma taxa de crescimento que é possível de sustentar no longo prazo", diz o economista.
A 16ª Sondagem de Expectativas do Consumidor, divulgada hoje (5) no Rio de Janeiro pela Fundação Getúlio Vargas, mostra que o consumidor brasileiro está menos confiante em relação à situação presente e ao futuro da economia. A FGV destaca que este é o 2º mês consecutivo de diminuição do grau de satisfação do consumidor.
"A expectativa mostra que as políticas estão afetando os consumidores, que estão ciosos do que está ocorrendo, seja no mercado de trabalho, seja em termos de expectativa de comprar bens duráveis ou mais caros," afirma.
Fernando Holanda diz que o crescimento acima dos 5% registrados no ano passado gerou pressão inflacionária sobre os preços no mercado. "O governo está tentando corrigir essa rota e fazer com que a economia brasileira cresça de uma maneira sustentada, a uma taxa compatível com aquilo que é possível com aumento de recursos". A taxa possível, na opinião dele, varia entre 3,5% a 4,5%.