Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de muita polêmica em torno dos dispositivos da Medida Provisória 232 que aumentavam impostos, a Câmara dos Deputados deve aprovar hoje a parte da MP que corrige em 10% a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Essa é a disposição da base governista e da oposição. O relator da MP, deputado Carlito Merss (PT-SC), vai apresentar ao plenário um novo projeto de lei de conversão contendo o reajuste da tabela do IRPF, já que o governo revogou, através de outra MP, os dispositivos que aumentavam a carga tributária. Merss disse que não há mais motivos para adiar a votação da MP 232, porque dela consta apenas a correção da tabela do Imposto de Renda.
Sobre a possibilidade de a oposição continuar dificultando a aprovação da medida, exigindo o fatiamento da matéria, como prevê requerimento do PSDB, para aprovar apenas a parte referente à correção do IRPF, Carlito Merss disse que não tem sentido essa guerra da oposição, pois o governo cedeu e revogou a outra parte da MP. Irritado, o relator disse que "a oposição está passando dos limites". O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), informou que a oposição está pronta para votar a correção da tabela do Imposto de Renda. "Temos condição de aprovar hoje o reajuste e enterrar de vez o aumento de impostos previsto na MP 232", afirmou Maia.
Antes de votarem a correção do IRPF, os deputados terão que votar a MP 226, que cria o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado. A MP já tinha sido aprovada pelos deputados, mas foi alterada na votação dos senadores e, com isso, retornou à Câmara para nova votação. Essa medida provisória tem prioridade em relação às outras oito MPs que estão trancando a pauta. Votada a MP 226, os deputados poderão retomar a votação da MP 232, ou então votar em primeiro lugar a MP 231, que cria 3,49 mil cargos na carreira da seguridade social e do atrabalho para o quadro de pessoal do Ministério da Saúde.