Saulo Moreno
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os principais centros urbanos brasileiros gastam cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para garantir a mobilidade da população. Os congestionamentos e a má estrutura do transporte coletivo ,seriam os responsáveis pelos altos custos. A conclusão é do relatório Perfil do Transporte e Trânsito dos Municípios Brasileiros em 2003, apresentado na sexta-feira (11) em Brasília.
O estudo foi realizado em parceria pela Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade do Ministério das Cidades (SEMOB) e a Associação Nacional de Transportes Urbanos (ANTP). O levantamento revela que o investimento das prefeituras no transporte coletivo é pequeno, apesar de 72% da população terem que se deslocar a pé ou de ônibus.
Para o diretor do Departamento de Cidadania e Inclusão Social da SEMOB, Luiz Carlos Bertotto, os resultados indicam a necessidade de mudanças na "matriz de mobilidade" no país. "Nós estamos constatando coisas que já se sabe há algum tempo. Quer dizer, os veículos particulares consomem muita energia e poluem muito mais que os transportes coletivos. As vias para ônibus por exemplo, também são muito menores que as de carro, e representam somente 0,11% do total das vias das cidades".
O superintendente da ANTP, Nazareno Affonso, por sua vez, considerou "insustentável" a política de mobilidade do país. "É centrada no uso do automóvel, e isso representa 80% dos custos que se tem hoje com mobilidade", disse ele. Nazareno exemplificou com os congestionamentos que ocorrem na cidade de São Paulo. Para ele, o problema não tem mais solução e, por isso, é necessário investir em transporte público, metrô e políticas de restrição ao uso do automóvel.