Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Depois de seis anos em declínio, o rendimento anual médio das mulheres ocupadas subiu 2,5%, de R$ 772 em 2003 para R$ 792 em 2004, na Região Metropolitana de São Paulo, que soma 39 municípios, mas aumentou a diferença salarial entre homens e mulheres, conforme dados foram divulgados hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).
Apesar da elevação do rendimento anual médio das mulheres, nem todos os setores registraram alta no ano passado. A hora trabalhada subiu de R$ 6,04 para R$ 6,26 no setor de serviços. No comércio, o aumento foi de R$ 3,28 para R$ 3,31. No entanto, os rendimentos das mulheres que atuavam nos serviços domésticos caíram de R$ 2,32 para R$ 2,27 por hora. Na indústria, também houve queda de R$ 4,40 para R$ 4,34.
O estudo do Seade traça um perfil detalhado da participação da mulher no mercado de trabalho. Mostra, por exemplo, que em 2003 a remuneração feminina por hora era de R$ 4,63, o equivalente a 78,6% dos rendimentos masculinos (R$ 5,89). A diferença cresceu em 2004: as mulheres ganharam em média R$ 4,74 por hora – 77,9% do valor pago aos homens, de R$ 6,09. A menor diferença foi registrada no setor de serviços, no qual as mulheres ganharam, em média, R$ 6,26, contra R$ 6,37 pagos por hora aos homens. Na Indústria, a diferença salarial é maior: R$ 4,34 por hora para as mulheres e R$ 7,01 para os homens. As diferenças são menores entre assalariados do que entre trabalhadores autônomos.
Os rendimentos também variam por perfil de ocupação. As maiores altas ocorreram entre trabalhadoras autônomas que prestam serviços para empresas (aumento de 4%) e entre assalariadas do setor público (crescimento de 4,7%). No segmento privado, as assalariadas com carteira assinada obtiveram aumento de 1,8% e as sem carteira sofreram redução de 5,9%.
Repetindo resultado de 2003, no ano passado a remuneração das mulheres negras foi muito inferior à das mulheres não-negras na maioria dos setores: R$ 3 por hora e R$ 5,76, respectivamente. A diferença é maior na indústria (R$ 2,89 contra R$ 5,35). Já no segmento de serviços domésticos, negras e não negras ganharam praticamente o mesmo por hora (R$ 2,20 e R$ 2,28).