Graziela Sant'Anna
Da Agência Brasil
Brasília - As famílias despejadas do Parque Oeste Industrial em Goiânia deverão ter a definição de uma área para serem assentadas no prazo de 15 dias: Estado, Município e Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, assinaram hoje protocolo de intenções para resolver a questão, após uma série de audiências em Goiânia.
O governo federal se responsabilizou pela construção de 2.500 casas no valor de R$ 7,5 mil. O Estado entrará com o cheque moradia de R$ 5 mil e o município ficou encarregado da infra-estrutura básica. Entretanto, a população terá que aguardar a definição sobre a empresa que financiará as moradias, o que depende de licitação.
Segundo Marconi Sérgio de Azevedo Pimenteira, procurador do Município, assim que a área for comprada será fornecida água potável, energia elétrica, banheiros químicos, lona e madeira para construção de barracas e serão instalados banheiros químicos, Paralelamente a esse assentamento provisório, deverá ser feito um projeto urbanístico.
Cerca de 4.500 famílias estão alojadas em dois ginásios. "A situação é muito difícil. Estamos procurando a solução para as famílias que estão ali como refugiados de guerra, sobreviventes. Não têm dignidade nenhuma e doenças estão acontecendo lá dentro", disse o Coordenador do Conselho de Luta pró-moradia do Sonho Real e um dos moradores que tiveram a casa queimada, Américo Rodrigues de Novaes.
Sete parlamentares da comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Reforma Agrária Urbana (CPMI da Terra) visitaram hoje o local do conflito, o Parque Oeste Industrial, e poderão pedir a federalização das investigações sobre o despejo violento das famílias feito no dia 16 de fevereiro, em que duas pessoas morreram e mais de 800 ficaram feridas.
Para a Procuradora Geral da Justiça Laura Maria Ferreira Bueno, "O que não dá é para ficarmos esperando e o problema se agravando cada vez mais".