Goiânia: trabalhadores sem teto recebem visita de integrantes da CPMI da Terra

03/03/2005 - 7h41

Brasília - As famílias dos trabalhadores sem teto que foram despejadas durante ação da Polícia Militar no Parque Oeste Industrial em Goiânia, no dia 16 de fevereiro, receberão às 10 horas a visita de integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Reforma Agrária e Urbana (CPMI da Terra). O objetivo é colher informações sobre o modo como ocorreu a desocupação da área Sonho Real.

Durante a visita, o deputado federal João Alfredo (PT-CE), relator da comissão, vai se encontrar com a viúva de Pedro Nascimento, Eronilde da Silva Nascimento e com a mãe de Vagner da Silva Moreira, Dalvina Mendes da Silva França, que foram mortos durante a ação policial de despejo. Às 13h30, a comitiva de parlamentares participa de audiência pública na Assembléia Legislativa de Goiás, para a qual foram convidados o ministro das Cidades, Olívio Dutra; o governador Marconi Perillo; o prefeito de Goiânia, Íris Rezende; o secretário de Segurança Pública de Goiás, Jônathas Silva, a procuradora geral de Justiça, Laura Maria Ferreira Bueno, além de representantes da arquidiocese da capital e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia.

A visita a Goiânia faz parte da agenda de viagens que os parlamentares da comissão deverão fazer a vários pontos do país, a fim de verificar a situação de violência causada pela posse de terra, tanto urbana quanto rural. No próximo dia 9, outra comitiva de integrantes da comissão voltará ao Pará para colher mais depoimentos sobre a situação fundiária no estado. A região do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, e o município de Felisburgo (MG) também serão visitados.

Em novembro do ano passado, cinco trabalhadores rurais foram mortos a tiros no município mineiro. A região do Pontal é uma das áreas de conflitos entre fazendeiros e sem-terra. O deputado João Alfredo marcou para 9 de junho deste ano a data de apresentação do relatório final da CPMI. A previsão do deputado é de que o documento possa ser votado até o dia 15 de junho, prazo final para a conclusão dos trabalhos. A comissão, que deveria ser encerrada no final do ano passado, teve seu prazo prorrogado por mais seis meses, em virtude de novos incidentes pela posse da terra verificados em vários estados.