Rosamélia de Abreu
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - O governo pretende erradicar, até 2006, a febre aftosa do Brasil, para continuar sendo o maior exportador mundial de carne. Atualmente, 84% dos 198 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos que compõem o rebanho brasileiro estão em áreas livres da doença. O objetivo é chegar a 100%, erradicando a doença. Hoje começou a campanha de vacinação nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que fazem parte do Circuito Pecuário Leste. Vinte e seis milhões de animais deverão ser vacinados num período de 30 dias.
Segundo o coordenador geral de Combate às Doenças do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes Souza, para que a campanha de vacinação tenha sucesso, é preciso que todos os criadores participem. "O êxito do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa depende da participação de todos os pecuaristas, grandes e pequenos", disse ele.
Jamil Souza ressaltou que, se for registrado algum caso da doença, o agronegócio será prejudicado e se colocará em risco a renda do produtor rural. Ele lembrou que a aftosa é uma doença altamente contagiosa. Basta "o registro de um caso em uma propriedade pequena ou grande, basta um animal adoecer, e teremos um problema sanitário que vai refletir de forma negativa na economia, prejudicando não só as exportações de carnes como de outros produtos do agronegócio brasileiro", afirmou Jamil Souza, que recomenda ao produtor comunicar qualquer caso suspeito às autoridades de sua região.
A próxima campanha de vacinação será em maio, no Circuito Pecuário Centro-Oeste, que abrange os estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Rondônia e Acre e o Distrito Federal, onde se concentra 60% do rebanho brasileiro.
Uma missão do Ministério da Agricultura embarcou hoje para a Rússia com o objetivo negociar com as autoridades daquele país o fim do embargo à carne brasileira. Os técnicos brasileiros vão discutir as últimas pendências técnicas para acabar com as barreiras impostas pela Rússia.