Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O acordo de cooperação audiovisual firmado entre Brasil e Alemanha é considerado um avanço para o setor que se estenderá para o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Européia. "Pela primeira vez, na história do Mercosul, foi assinado um convênio que trata dos cidadãos e das empresas do Brasil e da Alemanha, mas com todos os privilégios extensivos aos cidadãos e às empresas da União Européia e do Mercosul", revelou o secretário do Audiovisual, Orlando Senna, no debate Rumos do Cinema Nacional e a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), durante o XIV Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes.
Senna ressaltou que além dos acordos bilaterais, o país está negociando convênios dentro do Mercosul para o audiovisual. "Brevemente teremos, se Oxumaré, Deus das artes e do cinema, ajudar, uma cota regional do Mercosul – uma coisa impensável há alguns anos. Todos os países do Mercosul terão uma cota de telas para os filmes produzidos na região", observou.
Segundo o secretário, outro avanço da política externa "expansionista e agressiva" adotada pelo governo para o setor audiovisual que deverá se concretizar em breve é o Bricca. A sigla representa os países que têm mercados audiovisuais e culturais semelhantes – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e Austrália – que deverão promover a integração e os negócios no setor.
Senna citou o projeto de escambo, que ele considerou, ao mesmo tempo, novo e arcaico. "É a troca de filmes entre os países, sem que haja troca de dinheiro ou moeda. São filmes de países pequenos, assimétricos com relação ao mercado e à produção brasileira – o Brasil produz 40 filmes por ano. Já fizemos o acordo com Cuba e estamos caminhando para fazer com o Equador, Costa Rica e Guatemala", disse.
Esses países mandarão filmes para o Brasil, que serão explorados no mercado brasileiro por produtoras e distribuidoras nacionais, e nós mandamos filmes para esses países, que são explorados lá por produtoras e distribuidoras locais", explicou.