Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, Maria de Oliveira, oficializa hoje à tarde, em Brasília, o pedido de participação do Exército nas ações de desarmamento no campo. O pedido será feito ao ouvidor agrário nacional, Gercino Silva.
O trabalho vai envolver a participação de uma força-tarefa integrada por representantes de organizações de direitos humanos, polícias Federal, Civil, Militar e Rodoviária, além dos ministérios públicos Federal e Estadual.
Segundo Maria de Oliveira a medida foi tomada por causa do agravamento dos conflitos agrários e do clima de tensão que se instalou no campo, principalmente no município de Quipapá, na mata sul do estado. Ali, um policial foi assassinado dentro de um acampamento rural, no dia 5 deste mês, depois de tentar prender o assentado José Ricardo da Silva, suspeito de praticar crimes na região. Cinco trabalhadores da localidade estão presos, acusados de manter em cárcere privado por mais de oito horas o sargento Cícero Jacinto, no mesmo dia do crime.
Maria explicou que entre as funções da força-tarefa estão recolher armas em acampamentos, assentamentos, fazendas e engenhos e indiciar pessoas suspeitas de envolvimento com milícias armadas. A superintendente disse que os conflitos no campo vêm emperrando o andamento da reforma agrária em Pernambuco. A meta do Incra é assentar no estado 7 mil famílias até o final do ano.