Inadimplência de pessoas físicas e jurídicas desacelera no biênio 2003/2004

22/02/2005 - 18h44

Brasília, 22/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - A inadimplência de pessoas físicas e jurídicas cresceu 10,9% no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2004, demonstrando desaceleração na tendência de alta. Nos dois anos anteriores, o Indicador Serasa de Inadimplência apontava que o número de maus pagadores havia aumentado em 55,2%.

O estudo divulgado hoje mostra que a inadimplência entre cidadãos aumentou 15%, contra 55,7% no biênio anterior. O resultado se deve, segundo a Serasa, a altas taxas de desemprego, queda na renda média do trabalhador e elevadas taxas de juros.

Entre as empresas, o ritmo de elevação da inadimplência também caiu no período, com apenas 3,2% contra os 30% dos dois anos anteriores. Na avaliação da Serasa, a melhora se deve principalmente ao bom desempenho do setor exportador, que causou "uma reação em cadeia na economia".

A inadimplência cresceu mais entre cidadãos do que entre empresas, ainda de acordo com a Serasa, devido ao "descompasso na difusão do processo de recuperação da atividade econômica", pois o crescimento atingiu primeiro as empresas. O estudo também destaca que o crescimento econômico de 2004 proporcionou aumento da massa salarial, mas não suficiente para recuperar o poder aquisitivo dos trabalhadores. No ano passado, a renda média real ficou em torno de R$ 908,00, contra uma renda média mensal de R$ 1.041,00 em 2002.

No indicador de inadimplência de pessoas físicas, os cheques devolvidos aparecem em primeiro lugar, com 35,5% do volume total. Entre 2001 e 2002, representavam 39,5% das contas não pagas. Já a inadimplência com cartões de crédito e financeiras cresceu de 33% nesse período para 33,5% entre 2003/ 2004.

Entre pessoas jurídicas, os títulos protestados têm maior representatividade: 46,5% nos dois últimos anos, contra 48,5% no biênio anterior. Cheques sem fundos aparecem em segundo lugar, estáveis na faixa dos 38%.