Artistas e pesquisadores vão definir políticas públicas para promover cultura popular

22/02/2005 - 11h17

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Como preservar e promover a cultura popular brasileira? Para responder a esta pergunta, mais de mil pessoas estarão em Brasília nesta semana, entre os dias 23 e 26, participando do 1º Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares, que será realizado no Complexo Cultural Funarte.

Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, "pelo menos 80% da população brasileira está diretamente ligada a essas manifestações. Quanta gente toca tambores, dança, veste essas fantasias coloridas, é bom discutir o que o governo pode fazer para a festa brasileira".

Durante o encontro, será formulado um documento com dez propostas a ser entregue a Gilberto Gil. O ministério se compromete a colocar em prática as idéias da sociedade civil. "Esse encontro é justamente para operacionalizar essas políticas, será um balizador", afirma o secretário da Identidade e Diversidade Cultural do ministério da Cultura, Sergio Mamberti.

Bumba-meu-boi, violas de cocho e caipira, samba de roda, chula, maracatu, carimbó e até hip-hop são alvos das propostas. "Expressões diversas das comunidades, desde o ponto de vista da etnia a que pertencem até as expressões regionais, que envolvem danças, festas, artesanato, culinária, roupas e costumes", explica Mamberti.

Para colocar os projetos em prática, a verba para a secretaria da Identidade e Diversidade foi ampliada. No ano passado, a secretaria recebeu R$ 2,5 milhões. O orçamento para este ano será de R$ 4,5 milhões.

São esperados trezentos artistas populares e 623 delegados – entre produtores, mestres populares, pesquisadores e organizações não-governamentais -, além do público em geral. As inscrições podem ser feitas no próprio local, na abertura do evento. "Não basta apenas o reconhecimento, todas essas manifestações estão sempre em processo, elas não são mortas, têm uma dinâmica, então é preciso um acompanhamento e se estabelecer um diálogo", ressalta Mamberti.

Quinze oficinas realizadas em diferentes estados foram o primeiro passo para a elaboração do documento final. Ao todo, mais de mil pessoas participaram das discussões. Em cada oficina, dez propostas foram fechadas e o documento será uma eleição das dez prioritárias.

O seminário será uma parceria do ministério da Cultura com a Fundação Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e os Fóruns de Cultura Popular do Rio de Janeiro e São Paulo.