Rodrigues: são ''pouco promissoras'' as chances de parcelar dívida de cafeicultor

15/02/2005 - 16h58

Brasília, 15/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse não acreditar que o governo vá permitir o parcelamento da dívida dos produtores de café referente às três últimas safras. Segundo ele, as chances dos produtores de terem os débitos postergados são "pouco promissoras".

Durante o seminário Café - Novos Desafios e Oportunidades, o ministro acrescentou: "Não estou dizendo que não vai haver nada para a cafeicultura. Toda a agricultura vive um momento difícil, ao passo que na cafeicultura você tem um sinal de melhoria de preço. Então, é preciso olhar todo o setor e ver onde estão as prioridades para o governo atender. O cobertor é curto. Eu não acredito que seja possível fazer uma postergação de todos os débitos dos produtores."

Apesar do prognóstico negativo em relação à renegociação da dívida dos produtores, Rodrigues assegurou que o governo deve continuar a priorizar a garantia da renda do produtor. Essa atitude, segundo o ministro, não é de intervenção do governo, "mas uma linha de busca de garantia de renda".

E reiterou: "Quando defendemos a renda do produtor rural estamos defendendo a sua felicidade. Não há tolice acadêmica maior do que o discurso de que é preciso fixar o homem ao campo. Como se o homem do campo fosse um idiota no qual se passa ‘cola-tudo’ no sapato e se fixa ao campo. Sem renda não existe esse romance. A renda é essencial."

O Brasil produz hoje 40 milhões de sacas de café. É o maior exportador mundial de café verde, com 26 milhões de sacas, o que gera uma receita de US$ 2 bilhões. Também é o segundo maior consumidor mundial do produto, com 14 milhões de sacas, inferior apenas aos Estados Unidos.