Programa quer garantir direito de acesso a deficientes e idosos

15/02/2005 - 10h07

Rosamélia de Abreu
Repórter da Rádio Nacional

Brasília - No Brasil, 26 milhões de pessoas são portadoras de deficiência física e 14,5 milhões são idosos. Para facilitar a vida dessas pessoas, o Ministério das Cidades está implantando em todo o país o Programa Brasil Acessível.

O Ministério das Cidades quer garantir o direito de acesso ao transporte e às vias públicas às pessoas que têm restrição de mobilidade como idosos, crianças, gestantes, obesos e portadores de deficiência. A meta é proporcionar para os usuários deslocamentos mais rápidos, confortáveis e seguros.

De acordo com Renato Buareto, diretor do Departamento de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, muitas vezes não é preciso investir dinheiro mas apenas transferir conhecimento para as prefeituras para evitar a construção de novos obstáculos e identificar os já existentes nas cidades para removê-los.

"O objetivo principal do Programa Brasil Acessível é a disponibilização de conhecimento e não de recursos. As cidades produzem barreiras todos os dias e nós precisamos parar essa construção de barreiras. Para isso, não precisamos de dinheiro, mas de conhecimento. Nós queremos que todos os projetos possuam o conceito de acessibilidade. Os projetos de uma escola, de uma área pública e de adequação do transporte coletivo têm que pensar no acesso de toda a população, sem restrição", informa Renato Buareto.

O diretor do departamento de Mobilidade Urbana informa ainda que em abril está previsto o lançamento do manual "Construindo a Cidade Acessível", que orienta as prefeituras de como facilitar o acesso das pessoas aos mais diversos locais de uma cidade, sem criar novos obstáculos e acabando com os existentes. "Nós temos muito material para distribuição para as prefeituras, empresas de transporte coletivo sobre acessibilidade. Estamos ainda treinando pessoal, taxistas, motoristas e cobradores de como atender e lidar pessoas com deficiência e idosos.

A população idosa brasileira vai praticamente dobrar, de acordo com o diretor do departamento de Mobilidade Urbana. Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o percentual de idosos, pessoas acima de 60 anos, passará dos atuais 8% para 15% em 2015. Renato Buareto faz um alerta de que "as cidades precisam estar preparadas para receber uma população que vai ficar cada vez mais idosa. Isso precisa estar refletido nos projetos e na construção das cidades".