Marina: governo planeja usar Exército para ter maior presença na Amazônia

15/02/2005 - 18h44

Carolina Pimentel e Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília, 15/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou que o governo está elaborando plano para intensificar sua presença no Pará e em toda a Amazônia. A ministra não detalhou a proposta, que deve ser avaliada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva assim que retornar ao Brasil, mas afirmou que o plano vai contar com a ajuda do Exército.

"São ações que contarão com a colaboração que nós já temos do Exército para que os nossos funcionários possam continuar trabalhando. Uma coisa é quando nós chegamos numa determinada região dentro de um helicóptero do Ibama; outra coisa é quando chegamos dentro dos helicópteros do Exército", afirmou a ministra após reunião com outros 11 colegas sobre o assassinato da freira Dorothy Stang, ocorrido no último sábado (12), na cidade de Anapu, no Pará.

Assim como o ministro José Dirceu, a ministra disse que o governo não vai recuar no combate à grilagem de terras e ao desmatamento na região. Segundo Marina Silva, só no que se refere à preservação das florestas, 140 ações estão em curso. "A determinação é que não haverá retrocesso de um milímetro na implementação das ações", afirmou.

Na avaliação da ministra, a missionária e o seringueiro e líder sindical, Chico Mendes - assassinado em 22 de dezembro de 1988 em Xapuri (AC) – tinham "os mesmos ideais e atitude ética de vida e doação. A diferença, talvez consista no último embate que nós fizemos no seringal Cachoeira. Na época, eu fazia parte do grupo que estava lá, brigando para que o Estado decretasse a reserva e não conseguia chegar sequer a Brasília. A irmã Dorothy já tinha seu projeto de assentamento, que estava sendo implementado".