Lula defende integração sul-americana e união dos países pobres para mudar o mundo

15/02/2005 - 18h13

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brsasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje que, para a integração sul-americana se consolidar, ela tem de ser mais do que uma ação comercial, "tem que ser uma profissão de fé, tem que ser uma crença".

Ao discursar em Georgetown, na Guiana, ele deixou um recado aos países pobres: "Se os países pobres do mundo agirem em conjunto, se acreditarem nas próprias forças, teremos muito mais chance de mudar a geografia comercial e política do mundo e permitir que nossos povos tenham oportunidade no século 21".

Lula pediu coragem e otimismo por parte dos países não desenvolvidos para "enfrentar o debate político" no mundo, como tem feito o Brasil, e cobrou compromisso para com as políticas sociais: "Não tenhamos medo de enfretar o debate político. O Brasil que durante muito tempo botou as costas para a América do Sul e para outros países pobres quer agora recuperar o tempo perdido".

Lula acrescentou que tem feito desafios constantes e cobrado otimismo por parte de seu governo e dos empresários brasileiros para que acreditem com "muita força" na integração sul americana. "Quero dizer que a cada membro do meu governo, a cada empresário brasileiro com quem tenho conversado, tenho feito desafios para que acreditem com muita força na integração, para que façam investimentos, para que troquemos os nossos conhecimentos na área de ciência e tecnologia para termos força econômica e política para negociar com o mundo desenvolvido".

Em seu discurso, Lula também criticou a política da ONU: "Passamos anos fazendo carinho nos Estados Unidos e na União Européia, e quando precisamos de um voto na ONU não nos damos conta que um país do tamanho da Guiana, do tamanho do Uruguai, ou do tamanho de uma ilha qualquer do Carbie tem o mesmo poder de voto que tem o Brasil", finalizou.