Rio, 15/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai liberar cerca de US$ 900 milhões para financiamentos relativos aos acordos firmados ontem pelos Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, da Venezuela.
Desse total, segundo revelou hoje o Presidente do BNDES, Guido Mantega no Rio de Janeiro,
U$200 milhões se referem a dois projetos de grande porte, cujos contratos já foram assinados, necessitando apenas da resolução de questões burocráticas na Venezuela para que sejam concretizados.
Mantega afirmou que o balanço da viagem à Venezuela é muito positivo. Foram assinados mais de 20 acordos nas áreas de gás e petróleo, energia, sistemas de financiamento e infra-estrutura, entre outras. "Eu acho que grandes negócios foram entabulados nesta viagem para a Venezuela". Mantega analisou que "o projeto de integração da América do Sul é algo que se concretiza a partir dessas viagens".
No que respeita ao BNDES, informou que serão ampliados financiamentos à infra-estrutura, mas deixou claro que o banco não vai dar dinheiro para a Venezuela investir. O BNDES financia a exportação de bens e serviços de empresas brasileiras que farão obras naquele país, esclareceu. "Quando nós estamos dando esse financiamento, estamos financiando a criação de empregos e a geração de renda no Brasil. E mais, balança comercial favorável porque está estimulando a exportação".
Além disso, o Brasil ganha o estreitamento das relações com um país importante da América do Sul, destacou o presidente do BVNDES. Mantega recordou que uma das prioridades do governo Lula é a formação de um bloco econômico-social e político do continente sul-americano "e isso se faz inclusive com infra-estrutura", entre outras iniciativas.
Os dois grandes empreendimentos já contratados são a hidrelétrica La Vueltosa, avaliada em US$128 milhões, e a Linha 3 do Metrô de Caracas. Os dois projetos serão construídos pelas empresas brasileiras Alston e Odebrecht, respectivamente. Mantega revelou que o BNDES tem em carteira mais de U$700 milhões de exportações para a Venezuela, envolvendo a realização de obras com equipamentos e mão-de-obra brasileira. "Eu diria que há um potencial muito grande de negócios com a Venezuela". Mantega disse que o BNDES poderá ser o financiador de qualquer uma das operações previstas nos acordos bilaterais.