Nobel da Paz defende o não pagamento da "dívida eterna"

26/01/2005 - 12h47

André Deak
Enviado especial

Porto Alegre – "O que o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial cometem é um genocídio contra a humanidade", acusou o prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, em uma coletiva de imprensa sobre o cancelamento da dívida para os países afetados pela tsunami (onda gigante). "Trinta e cinco mil crianças morrem de fome por dia. Não basta sermos solidários com os países que sofreram a tsunami, temos que terminar com esse sistema de opressão", disse.

No documento divulgado na ocasião, pede-se que "os governos do Sul não continuem priorizando o pagamento dos juros da dívida externa", e em troca, utilizem esse valor para "serviços sociais básicos, saneamento básico e outros programas de desenvolvimento humanos".

Participaram também da divulgação do documento a coordenadora da campanha internacional do Jubileu Sul pelo cancelamento da dívida dos países do Sul, a filipina Lidy Napcil, o integrante da Rede de Ciência Popular Indiana, Vinod Raina, e Camille Chalmers, do Haiti.