Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu hoje o argumento de que os alunos oriundos de escola pública iriam prejudicar a qualidade das universidades privadas – lembrando que a média dos estudantes da rede pública no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), inscritos no Programa Universidade para Todos (ProUni), foi 13% mais alta do que a dos alunos de escolas particulares.
"Era, pois, muito preconceito o argumento de que vocês iam rebaixar as universidades em que vocês poderão estudar", disse o presidente durante encontro com alunos pré-selecionados ao ProUni em São Paulo.
Lula afirmou que a implantação do programa mostra que é possível dar "uma resposta rápida e eficiente" aos problemas do país e explicou que, do envio da medida provisória à sanção do programa, foram gastos apenas quatro meses, graças a um trabalho articulado dos ministérios. Ele destacou que a concessão de bolsas a estudantes carentes é um "avanço da cidadania" no país.
O presidente lembrou que o governo chegou a cogitar a possibilidade de utilizar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar bolsas de estudo, mas existiam muitas restrições como perguntar ao trabalhador se o dinheiro poderia ser utilizado para esse fim.
O presidente citou, ainda, outras medidas tomadas pelo governo para melhorar a educação superior. Entre elas, o projeto enviado ao Congresso Nacional para criação de três novas universidades.
Lula fez um apelo aos jovens selecionados ao programa para que não desperdicem a oportunidade que estão tendo e recomendou que, quando tiverem dificuldade, procurem o governo, que estará disposto a ajudar.
O ProUni foi lançado em dezembro de 2004 com o objetivo de conceder bolsas de estudo a alunos carentes em instituições privadas de ensino superior. Mais de 100 mil jovens de todo o Brasil vão ser beneficiados este ano.