Márcia Detoni
Enviada especial

Porto Alegre - "O governo não tem temor de vaias", disse o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, ao ser indagado pela imprensa sobre a possibilidade de o presidente Lula enfrentar protestos, amanhã (27), no 5º Fórum Social Mundial. Lula participará às 10h do lançamento da campanha "Chamada Global pela Ação contra a Pobreza", no ginásio Gigantinho. "Temos certeza de que o presidente será recebido pela ampla maioria com muito respeito e, mais que isso, com muito interesse, porque ele é hoje um dos líderes da luta pela democracia no mundo", ressaltou Dulci.

O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) espalhou pichações em Porto Alegre e colocou faixas no acampamento da juventude, no Fórum, condenando as políticas econômicas e sociais do governo. Existe a expectativa de que ativistas vaiem o presidente no lançamento da campanha. "Há partidos que, livremente, estão se manifestando. O estranho seria se não se manifestassem aqui", comentou Dulci.

O ministro ressaltou, no entanto, que o prestígio de Lula cresceu justamente em função do desempenho na área econômica e da geração de novos empregos e renda. "Em dezembro, todos os institutos de pesquisa mostraram um imenso crescimento no prestígio do presidente pelo crescimento econômico", disse Dulci. "Vamos ver a manifestação da maioria. Nenhum governo é perfeito, mas um governo que, depois de anos de estagnação econômica, fez o país crescer de modo sustentado – mais de 5% ao ano –, gerando 2 milhões de empregos com carteira assinada em um ano, não precisa receber aplausos, mas respeito merece, porque fez muito mais na economia que o anterior", acrescentou o ministro.

A "Chamada Global pela Ação Contra a Pobreza" é uma iniciativa de mais de cem organizações civis. A campanha propõe o perdão da dívida externa dos países pobres e mudanças no comércio internacional. O Comitê organizador do Fórum estima que mais de 10 mil pessoas acompanhem o pronunciamento de Lula no lançamento da campanha.