Cecilia Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) mostra que os negros continuam recebendo salários menores do que os brancos. Em Salvador, os negros ganham quase metade do que os não negros – em média R$ 575, enquanto os não negros recebem R$ 1.148,00.
A pesquisa A população negra em mercados de trabalho metropolitanos fez o levantamento em seis regiões metropolitanas do país: Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. A publicação é uma comemoração ao Dia da Consciência Negra, que se comemora em 20 de novembro.
A desigualdade em Salvador chama a atenção uma vez que a maioria da população é negra. De acordo com a pesquisa, eles representam 86,5% da população em idade economicamente ativa. Em Recife, os negros são 71,4% da população em idade ativa. No Distrito Federal, 68,3%; em Belo Horizonte, 59,2%; em São Paulo, 37,1%; e em Porto Alegre, 11,3%.
Apesar disso, a pesquisa revela que a taxa de desemprego entre os negros continua maior do que entre os não negros, variando da maior taxa em Salvador (26,9%) ao menor índice em Belo Horizonte (21,9%). Já entre os não negros as taxas de desemprego ficaram em 18,4% e 17,2%, respectivamente.
Até mesmo entre os que possuem ensino superior, os negros têm mais dificuldade para se inserir no mercado de trabalho. Em Porto Alegre, a taxa de desemprego entre os negros com ensino superior é 2,5 pontos percentuais maior do que entre os brancos. Nas demais cidades, a situação é a seguinte: Salvador, 2,2 pontos percentuais; Distrito Federal, 1,6; Recife, 0,9; São Paulo, 0,8; e Belo Horizonte, 0,5. O estudo aponta que os negros com curso superior também recebem remuneração menor - em média 20% menos que os não negros.