Márcio Resende
Especial para a Agência Brasil
Buenos Aires - A Agência Brasil conversou com especialistas em geopolítica regional para saber a opinião deles sobre um eventual acordo comercial entre Cuba e o Mercosul. Para o analista político Rosendo Fraga, diretor do Centro Nova Maioria, de Buenos Aires, o objetivo do Brasil nesta fase é consolidar a América do Sul. "Nesse sentido, discutir Cuba agora complica mais do que facilita. O Brasil quer-se apresentar ao mundo como o líder da América do Sul. Cuba não está na prioridade do Brasil nesta etapa. Até mesmo o Mercosul passou para segundo plano", visualiza Fraga.
Para o presidente do Centro de Estudos Bonaerense, Dante Sica, uma associação com Cuba pode fazer da ilha uma receptora de investimentos do Mercosul. "É uma boa plataforma de produção e exportação para, no futuro, chegar ao México e aos países do Caribe. Olhando para a realidade cubana, percebe-se que, no seu tempo, a economia vai avançando a uma fase de liberalização. Os mexicanos, por exemplo, já observam essa abertura. Cuba pode ser uma boa base de produção dada à altíssima qualificação de sua mão-de-obra e às condições de saúde. Além disso, o Mercosul está querendo crescer, ganhar posições frente à ALCA", avalia Sica.