Universidades do Sul e Sudeste se preparam para novo sistema de avaliação

21/10/2004 - 17h36

Brasília, 21/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 150 representantes de universidades federais e centros federais de ensino tecnológico da regiões Sul e Sudeste participam, até amanhã (22), de um encontro preparatório para entender melhor as etapas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O seminário, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação, reúne membros das Comissões Próprias de Avaliação (CPAs), formadas por professores e pró-reitores de graduação, que serão os responsáveis pela análise das informações em cada universidade.

"Há três semanas tivemos encontros com os coordenadores das CPAs de 2 mil universidades inscritas no Sinaes. Agora estamos privilegiando as instituições que fazem parte do sistema federal", informou o diretor de Estatística e Avaliação da Educação Superior do Inep, professor Dilvo Ristoff.

As instituições poderão avaliar seus cursos, professores, instalações e alunos, por meio do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade). Ao final de dois anos, a universidade conseguirá saber se está oferecendo ensino de qualidade. Até então, o sistema que realizava esse trabalho era o Exame Nacional de Cursos, mais conhecido como Provão. "Essa capacitação faz parte da essência do novo sistema, que está centrado numa idéia da avaliação participativa para a construção de uma universidade cidadã, preocupada com as questões da qualidade e também da inclusão social", ressaltou Dilvo Ristoff.

O professor destacou ainda que não haverá conceitos A, B ou C, como no antigo modelo. E que a forma de divulgação dos resultados será por meio do perfil das universidades e dos cursos: no caso do Enade, haverá uma nota que vai variar de um a cinco. "Essas informações serão incorporadas aos perfis institucionais que estão sendo elaborados, inclusive com dados do Censo da Educação Superior", disse.

Para o pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Ismael Euletério Pires, a principal diferença entre o modelo antigo e o novo é que o Provão avaliava mais os alunos do que a própria instituição. "O processo do Sinaes não envolve apenas o exame nacional que os estudantes farão, mas também outros procedimentos que, somados, vão gerar o conceito e o perfil da instiuição", disse o pró-reitor.

A UFV, que possui 36 cursos e 9,5 mil professores, participou várias vezes do Provão mas segundo Pires, já está adaptada para o novo sistema. "Se o relatório for bastante objetivo, vai facilitar: ele vai conceituar a instituição não por meio de um determinado valor, ou de uma determinada nota, mas por todos os aspectos", acrescentou.

Nos dias 25 e 26 estarão em Brasília os representantes das CPAs de universidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.