Christiane Peres e Lana Cristina
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O julgamento do dissídio da greve dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, no Tribunal Superior do Trabalho, considerou a paralisação abusiva e determinou o reajuste salarial proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ou seja, 8,5%. Para os dois casos, haverá abono de R$ 1.000 e outros R$ 30 por mês para os trabalhadores cuja renda seja de até R$ 1.500.
O relator do julgamento no TST, o ministro Antônio de Barros Levenhagen, considerou a greve "abusiva" pelo fato dos trabalhadores não terem cumprido o aviso prévio de 48 horas. O presidente do TST, Vantuil Abdala, concordou com o posicionamento, argumentando que a sociedade saiu prejudicada. "Esse tribunal reconheceu que os trabalhadores têm o direito de paralisar suas atividades para lutar pelo seu pleito. O significado de declarar a greve abusiva é que a justiça do trabalho tem que dar uma resposta à sociedade para que ela não sofresse um prejuízo maior."
A determinação da justiça do trabalho prevê o pagamento de 50% dos dias parados e os outros 50% deverão ser repostos pelos trabalhadores. Nesta quarta-feira, os dirigentes do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal já haviam descontado cinco dias do salário dos trabalhadores.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, o abono concedido pelo TST atende os interesses da categoria. "Acho que teve um aspecto positivo que foi o tribunal ter concedido o abono de R$ 1.000. Nós tínhamos solicitado abono de R$ 1.500. O que foi concedido atende parcialmente os interesses da categoria."