São Paulo, 18/9/2004 (Agência Brasil) - O secretário executivo do Ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio, espera que o embargo russo à importação de carne brasileira tenha curta duração, já que a Organização Mundial de Saúde Animal aprova a programação que o Brasil vem fazendo no combate à febre aftosa. A partir de segunda-feira, com o início do embargo russo, a perda diária estimada é de US$ 4 milhões para os exportadores brasileiros, informou Dimarzio.
Segundo ele, a missão do governo brasileiro, que parte hoje (18) para a Rússia, leva a informação de que a nova ocorrência da doença, desta vez no estado do Amazonas, está fora da área classificada como livre de aftosa. O foco foi encontrado na região leste do estado, a cerca de 36 quilômetros da capital Manaus, em uma fazenda com 34 bois dos quais quatro estavam com a doença. O Amazonas não é exportador de carne.
As vendas de carnes para a Rússia representam cerca de 18% do total exportado. De janeiro a agosto, o Brasil exportou US$ 550 milhões para o mercado russo. Antes do embargo, a expectativa do setor (aves, suínos e bovinos) era obter em 2004 um crescimento de 7% no volume vendido, ou seja, 640 mil toneladas, o que representaria US$ 800 milhões, um crescimento de 27,5% na comparação com o ano passado, quando as vendas alcançaram US$ 580 milhões.
Dimarzio ressaltou que, além das explicações técnicas do Brasil junto ao governo russo, o momento é de demanda, o que pode favorecer uma mudança de posição do governo russo, em relação à proibição. "No momento não existem estoques de carnes na Europa. E estamos cumprindo nosso dever de casa, exportando carnes de alta qualidade de regiões livres da doença da febre aftosa", declarou.