Lula: mecanismos mundiais de combate à fome não virão de forma imediata

18/09/2004 - 13h27

Brasília, 18/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - Na véspera de embarcar para os Estados Unidos onde vai participar de reunião nas Nações Unidas para discutir o combate à fome, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não vai ser fácil convencer todos os participantes sobre a importância da criação de mecanismos financeiros para acabar com a pobreza mundial. "Não tenho ilusão que a gente vai conseguir sair da reunião com um fundo (de combate à fome) criado. Se fosse fácil assim...", ressaltou o presidente.

Lula defendeu a criação de um prêmio para cada cidade, estado ou município brasileiro que desenvolva ações permitindo ao país cumprir as oito metas do milênio estabelecidas pelas Nações Unidas. "Cada área do governo federal, estadual ou municipal deve dar um prêmio para o município que melhor cuidar da educação, da saúde. Se a gente não fizer isso, a gente vai chegar em 2015 com uma situação pior do que a gente está hoje", afirmou.

As metas do milênio foram criadas há quatro anos na ONU, quando líderes de 191 países se comprometeram a alcançar os oito objetivos até o ano de 2015. O esforço coletivo deve garantir, em onze anos, a erradicação da fome e da pobreza, o combate à Aids e a outras epidemias, a universalização do ensino básico, a redução da mortalidade infantil, a promoção da igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, a melhoria da saúde materna, a sustentabilidade ambiental e uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Na avaliação do presidente Lula, as metas são um compromisso de todo o país. "Não é um desafio nosso, não é de um governo ou prefeito. Nós não podemos nunca mais deixar o Brasil retroceder. A nossa política é para que o país tenha um ciclo de crescimento", afirmou.

O presidente embarca amanhã para Nova Iorque e participa, na segunda-feira, da reunião na ONU com a presença de representantes de chefes de Estado de 60 países que vão discutir maneiras de financiar o combate à pobreza. Um grupo técnico criado pelas Nações Unidas, integrado pelo Brasil, Chile, França e Espanha, apresentou um relatório que sugere a adoção de oito mecanismos de financiamento de combate à fome.