Paula Menna Barreto
Enviada Especial a Nova Iorque
Nova Iorque - Uma das propostas para o financiamento do desenvolvimento, a ser sugerida pelo governo brasileiro na reunião do dia 20 de setembro, em Nova Iorque, com mais de 58 chefes de Estado, é o aumento dos benefícios das remessas de imigrantes. O grupo formado por Chile, Espanha e França, liderado pelo Brasil, defende que medidas sejam tomadas pelos países desenvolvidos para facilitar o acesso de trabalhadores estrangeiros às instituições financeiras a custos acessíveis.
A idéia é que nenhum imigrante tenha de pagar muito imposto quando tiver de mandar dinheiro para o país de origem. "São recursos normalmente gastos em despesas básicas, como alimentação e moradia, e por isso constituem uma fonte alternativa e segura de recursos para países em desenvolvimento", defende o relatório a ser apresentado na reunião da ONU na segunda-feira.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, mais de dois milhões de brasileiros vivem atualmente no exterior, o que significa mais de 1% da população nacional. De acordo com o Banco Central, são enviados anualmente ao Brasil cerca de US$ 2,6 bilhões.
Para a brasileira Maria Sargento, 32 anos, há seis nos Estados Unidos, o dinheiro enviado para o Brasil tem característica de investimento. "Sempre mando dinheiro para comprar um apartamento, uma casa", diz.
Já para Antônio Carlos Almeida, 38 anos, que vive há 15 anos em Connecticut, o dinheiro mandado para o Brasil serve à família. "Preciso ajudar meus pais e irmãos", enfatiza.