Aproveitamento integral de frutas e legumes garante alimentação saudável, diz professora

06/07/2004 - 16h51

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Vitória (ES) - A professora Iara Lopes, de Economia Doméstica, disse que uma alimentação baseada no aproveitamento integral de frutas e legumes é rica em fibras, sais minerais e vitaminas. Iara é uma das professoras, no Espírito Santo, do projeto Cozinha Brasil - Alimentação Inteligente, lançado oficialmente hoje em Vitória (ES) pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias. "É uma contradição: temos o lixo mais nutritivo do mundo. Nós, um país onde tantas pessoas passam fome ou sofrem de desnutrição. É por meio de receitas saborosas, nutritivas e econômicas que buscamos mudar isso", garantiu.

O projeto será desenvolvido em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi). O Cozinha Brasil foi lançado experimentalmente em fevereiro deste ano, na Expo Fome Zero, em São Paulo. Após o lançamento, unidades móveis com uma cozinha instalada foram levadas a São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco e Espírito Santo – estado em que 620 pessoas da comunidade de Terra Vermelha, em Vila Velha, na grande Vitória, foram beneficiadas na fase experimental.

Para quem fez o curso nessa etapa, como Magna Oliveira Santos, 43, moradora da comunidade de Terra Vermelha, em Vila Velha, na grande Vitória, o aprendizado é válido e os resultados são positivos. "A gente aprende a utilizar melhor os alimentos, a aproveitá-los mais. Financeiramente é bom porque aprendemos a não desperdiçar, economizando mais em casa", disse ela.

As primeiras comunidades a receberem o projeto em Vitória serão as do Morro de São Benedito, Itararé e São Miguel. A previsão é de que 210 pessoas sejam capacitadas em 15 dias. Neste período, a unidade móvel ficará no pátio da sede da Telemar em Itararé, na grande Vitória.

Até o fim de agosto, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco e São Paulo passarão pela qualificação. O governo federal investiu R$ 500 mil para treinar 9,2 mil pessoas nas capitais desses estados. Outras 16 cidades já estão com o projeto em andamento. A estimativa é de que 10,5 mil pessoas recebam o treinamento nos próximos cinco meses, que representam o primeiro período do projeto. Até 2006, a meta é que a capacitação chegue a 100 mil pessoas, entre multiplicadores e a comunidade, em todo o Brasil.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 40 unidades móveis circularão pelo país, atendendo a comunidades de baixa renda. Além disso, as pessoas serão orientadas sobre captação, tratamento, armazenamento e consumo de água. Também serão estimulados os pequenos empreendimentos, da produção à comercialização dos alimentos, inseridos em programas de microcrédito.

Segundo Jair Meneghelli, presidente do Conselho Nacional do Sesi, a instalação da cozinha em um caminhão de porte médio permite que este chegue às comunidades. Foi Meneguelli quem apresentou o projeto ao ministro Patrus, que o incorporou ao Fome Zero. "Apresentamos o projeto ao ministro Patrus Ananias, que abraçou a idéia imediatamente, entendendo que isso fazia parte do projeto de combate à fome do governo Lula, que se tratava de cozinhar com segurança e evitar o desperdício de alimentos no país. Achamos que era possível distribuir isso por todo o Brasil", disse Meneghelli.
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GA