Brasília, 07/06/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje estar convencido de que a meta de atender 11 milhões de famílias (cerca de 44 milhões de pessoas) até o final de 2006, por meio do Programa Bolsa-Família será atingida. "Hoje estou convencido de que vamos conseguir chegar a 11 milhões de pessoas ganhando três vezes mais que a média que ganhavam até o dia que assumimos a Presidência da República", afirmou o presidente, ao discursar durante solenidade na Assembléia Legislativa da Bahia, onde recebeu os títulos de Cidadão da Cidade de salvador e Cidadão Baiano.
Segundo o presidente, o estado e a cidade de Salvador têm merecido "atenção especial em relação ao programa, que atende 557.442 famílias na Bahia". Em Salvador, destacou o presidente, estão sendo beneficiadas 85.698 famílias, segundo estatísticas de maio, 27.738 famílias a menos que a meta fixada para a cidade.
Lula reconheceu que os números são poucos e disse que o ideal é que todos brasileiros possam se sustentar com o produto do próprio trabalho, sem necessidade de "viver de favor do prefeito, do estado e do governo federal".
O presidente afirmou que trabalha com a lógica de que foi eleito para um mandato de quatro anos e condenou aqueles que cobram pressa do governo federal. "Muita gente que governou esse país durante muitos e muitos anos muitas vezes cobram de nós que façamos em 17 meses aquilo que não conseguiu fazer em 17 anos".
Segundo ele, a falta de política de distribuição de renda, em anos anteriores, gerou uma dívida em relação à população brasileira. "A política social se acumulou ao longo da história. Política social que poderia ser menos sofrível se nós tivéssemos tirado proveito de 50 anos em que o Brasil cresceu, de 1930 a 1980, a média de 7% ao ano", ressaltou o presidente, ao afirmar que a responsabilidade do pagamento da dívida não é só dele, mas de "governadores, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e da sociedade brasileira, para com a própria sociedade".
Lula frisou que é preciso criar mecanismos para que "a gente comece a recuperar o tempo perdido e que comece a pagar a dívida o quanto antes". Disse ainda que as estatísticas, por si só, não são suficientes para comprovar o êxito das ações, usando o exemplo do que ocorre na área da Educação. "Não adianta toda criança na escola, mas qualidade no ensino", destacou o presidente, ao citar estudo realizado em 2003 mostrando que 40% doas alunos não chegam ao Ensino Médio.
O presidente afirmou que outro grande desafio é cuidar da juventude das regiões metropolitanas das grandes cidades do país. Segundo ele, esse é o objetivo de um programa que será lançado possivelmente em junho. "Não existe como resolver esse problema num passe de mágica. É preciso comprometimento e muitas políticas públicas para que a gente possa recuperar nesses jovens o tempo perdido e para que a gente devolver a ele a auto-estima que ele jamais deveria ter perdido".
