Porto Alegre, 5/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, pregou a "reforma agrária" no campo da propriedade cultural. Ao falar no 5º Fórum Internacional de Software Livre, no lançamento do Projeto Creative Commons no Brasil, ele destacou o compromisso do governo em promover mudanças no setor cultural, comparando o software livre a um exemplo de desapropriação dos latifúndios intelectuais, imprescindível para a abertura do campo para novas e futuras criações.
Gil explicou que o sistema permite o acesso democrático e natural à cultura, como parte da necessidade da inclusão digital e do compartilhamento do conhecimento da arte. Ele disse que o Brasil deve ser um pólo do software livre no mundo, caminho para o domínio da cultura digital. Considerado pelos organizadores como "a estrela mais aguardada do fórum", o baiano Gilberto Gil falou para uma platéia que lotou os 1.500 lugares do auditório da PUC.
Ele afirmou que o Ministério da Cultura está participando ativamente do lançamento do Creative Common, buscando uma nova realidade do setor que não esteja regulada somente pelas leis do mercado, para maior abrangência cultural. "Este é um encontro importantíssimo para esta e as próximas gerações", concluiu.
O diretor do Creative Commons, Lawrence Lessig, anunciou que o Creative Commons já dispõe de um milhão de obras licenciadas, em apenas um ano de funcionamento. Ele disse que o ministro Gil levou o Brasil ao posto de país mais importante do mundo nessa discussão.