Beth Begonha
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Thor Dantas, médico infectologista, especialista em doenças tropicais e gerente do Hospital Geral das Clínicas de Rio Branco, no Acre, defende que a testagem do sangue, a vacinação contra o vírus B e a informação das vias conhecidas de contágio aos indígenas pode impedir a proliferação da superinfecção do Vale do Javari. Desde os anos 80, a doença vem vitimando índios das etnias Kanamari, Kulina, Matis, Mayuruna e Marubo. Conforme a Fundação Nacional de Saúde, órgão responsável pela saúde indígena, a sorologia foi realizada em aproximadamente 350 índios (10% da população que vive no Vale).
"Sabemos que algumas formas de transmissão são inequívocas, como a via sexual e parenteral, mas ainda não sabemos explicar porque algumas famílias inteiras morreram acometidas de febre hemorrágica provocada pela superinfecção. Não conhecemos exatamente todas as formas de contágio", explica o especialista. De acordo com o Dr. Thor Dantas, a superinfecção só se manifesta a partir do encontro entre os vírus B e delta da Hepatite.