São Paulo, 2/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A infra-estrutura brasileira para exportações é suficiente e adequada para o volume de negócios do país e o que atrapalha é um ‘apagão logístico’ provocado pelo excesso de burocracia, greves e insegurança. Essa é a avaliação da direção da 10ª Intermodal - Feira Internacional de Transportes e Serviços de Comércio Exterior, que começou hoje em São Paulo. A Intermodal é a maior feira mundial de infra-estrutura de exportações e a versão anual brasileira termina dia 4.
Para o diretor da feira, Martin von Simson, a infra-estrutura do país para exportar não está subdimensionada, mesmo com os recordes de exportações sendo superados. Para ele, os terminais de portos e aeroportos têm condições para atender a demanda. Simson afirma que os engarrafamentos de caminhões que ocorrem nas estradas nos picos de safra de grãos para exportação resultam de um "apagão logístico".
Segundo ele, o que atrapalha os negócios são a falta de apoio operacional e a burocracia dos órgãos responsáveis por vistorias, licenças, autorizações e documentos relacionados ao comércio exterior, além das greves desses setores. O diretor da Intermodal ressalta que é preciso o governo buscar soluções que englobem também a segurança e as condições das estradas utilizadas para o escoamento da safra.
"Desde 11 de setembro de 2001 (data do ataque às torres do World Trade Center, em Nova Iorque), as cargas precisam chegar com quatro dias de antecedência nos terminais para serem vistoriadas. As estradas estão sem manutenção há anos. Tudo isso somado resulta em um problema que chamamos de apagão logístico", afirma Simson.
De acordo com os organizadores da feira, a Intermodal deve atrair este ano cerca de 40 mil profissionais do setor. Entre os 350 expositores estão representantes de portos da Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Itália, França, Espanha, Chile, Uruguai, em busca de negócios com exportadores brasileiros.