Fundo do BB para financiar cinema capta R$ 1,2 milhão em dois dias

02/06/2004 - 15h55

Rio, 2/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O BB Cine Produção e Distribuição, Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional, captou, em dois dias, R$ 1,2 milhão de quatro clientes. Isso representa um sétimo dos recursos previstos para o fundo, da ordem de R$ 7 milhões. A totalização dos recursos projetados vai depender da disposição dos clientes.

A informação foi dada pelo presidente da administradora de recursos de terceiros do Banco do Brasil, a BB DTVM, parceira da instituição no fundo, Nelson Rocha Augusto. Ele acredita, entretanto, que a meta dos R$ 7 milhões poderá ser atingida no prazo de 60 dias. Os recursos do fundo se destinam a projetos e programas que promovam o desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira, atraindo investidores do mercado financeiro que vejam o cinema como possibilidade de negócio rentável.

Augusto informou que o novo produto financeiro se baseou em experiência da BB DTVM, realizada no ano passado com recursos próprios, já que a empresa, que lida com recursos de terceiros, não põe em risco os clientes. O BB Cine é um fundo fechado, ou seja, só admite resgate ao final do prazo de duração, que é de seis anos. O investimento mínimo aceito é de R$ 100 mil.

A idéia é ter entre 10 e 15 investidores no primeiro fundo, o que significará uma aplicação média por cliente de R$ 500 mil. Augusto revelou que três filmes já estão pré-selecionados, como projetos com boa perspectiva de retorno: do diretor Cacá Diegues ("O Maior Amor do Mundo") e da produtora Paula Lavigne e do diretor Guel Arraes ("O Coronel e o Lobisomem" e "Meu Tio Matou um Cara"). "O fundo é uma pequena contribuição (do BB) a tudo que se tem feito pela cultura no país", disse Augusto.

O presidente da BB DTVM sublinhou que somente será definido o percentual a ser investido em cada um dos filmes pré-selecionados depois da captação integral dos recursos. Outros projetos estão sendo estudados pela BB DTVM, a maior administradora de recursos de terceiros de toda a América Latina. A empresa detém mais de 20% do mercado brasileiro e é líder em todos os segmentos, administrando hoje R$ 116 bilhões.

Augusto declarou que o novo produto do conglomerado Banco do Brasil, o Funcine, tem toda a segurança do banco, toda a tecnicidade e expertise para apresentar aos clientes. Quem vai decidir se compra cotas do novo fundo são os clientes e não o BB, esclareceu Augusto. "Se os clientes investirem e (o fundo) tiver um sucesso grande, serão feitos novos fundos", informou. O presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, acrescentou que não há limite para os novos fundos que forem criados, e a demanda é que vai determinar o porte de cada um.