Conab quer aumentar para R$ 1 bilhão o orçamento do Programa de Aquisição de Alimentos

02/06/2004 - 17h42

Brasília, 2/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O diretor de Logística e Gestão Empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, revelou hoje que está em curso uma negociação no governo federal para aumentar os recursos do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). O atual orçamento, de R$ 75 milhões, pode chegar a R$ 1 bilhão em 2005. Por meio do PAA, o governo compra produtos de agricultores familiares e repassa para ações do Fome Zero, escolas, creches e associações.

"Esse crescimento dos recursos no programa em 2005 é substantivo e compatível com aquilo que o governo federal vai aplicar na área no ano que vem", acredita Porto. "Só no Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), por exemplo, serão R$ 7 bilhões e na agricultura em geral, mais de R$ 40 milhões. Destinar R$ 1 bilhão à comercialização da agricultura familiar é mais do que justo."

O diretor da Conab participou nesta quarta-feira de um encontro entre produtores e especialistas em agroextrativismo. O evento, promovido pelo Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Ministério do Meio Ambiente, faz parte das comemorações da Semana do Meio Ambiente. O principal tema de debate é a busca de caminhos para o desenvolvimento sustentável da atividade.

Em 2003, o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) deu atenção especial aos produtores de agroextrativismo que trabalham com castanha-do-pará, castanha de caju e umbu. Cerca de R$ 3 milhões foram investidos na compra de castanha-do-pará. "O investimento beneficiou 32 associações e 1,3 mil famílias", contabiliza o diretor de logística da Conab.

Segundo Sílvio Porto, no Piauí, além de comprar 154,5 mil kg de castanha de caju, o PAA ainda monitorou a criação de uma parceria entre agroextrativistas e o Banco do Brasil para revitalizar as minifábricas do produto. O diretor conta que, na Bahia, o investimento do governo na compra da produção de pequenos agricultores levou o umbu para as escolas, creches e associações em formato de doces, sucos e geléia. Em parceria com duas organizações não-governamentais, a Conab adquiriu, por R$ 237 mil, a produção de 95 famílias baianas.

Um estudo encomendado pelo Ibama mostra que, em 1993, só na região amazônica, cerca de 167 mil famílias viviam do extrativismo de produtos florestais não madeireiros. Entre eles, borracha, castanha-do-pará, cupuaçu, açaí e peixe. Nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, o coco de babaçu gera emprego e renda para um milhão de pessoas.